sarei d'amar-te, a chaga que eu trazia
a doer pela madrugada, a corroer dentro de mim
a viscera doentia que te abrigava
(como ácido ingênuo carcomendo a lógica)
hoje é corte na memória, manancial seco
nos traços que trago nessa correnteza de mágoas
contudo. . . no café da manhã
sinto a acidez abrasar minhas vestimentas
penso, infantilmente, em lavar as roupas
e curar-me de vez de teu jugo que me enfraquece
desligo as lembranças, afago a cicatriz que me atordoa
e mesmo assim o teu perfume distante penetra
como um braço líquido do teu rio caudaloso
que me invadiu para sempre.
Livro: "O Quinto Elemento"
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