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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

RETALHOS DE LEMBRANÇAS


acendo um cigarro
na fumaça vejo os teus traços
acendes a mim como eu acendo o cigarro
voltas a queimar-me (indolor)
derretes a pele espessa

na fumaça que traz o teu semblante
observo o teu olhar faminto
a engolir a calma
o que renasce agora, o que faz arder
são retalhos de lembranças

solto um grito calado
teu retorno desafia:
tu me chegas, tu me cegas
aconchega-te em meus traços
que recriam pedaços de passado

na retina que te restaura
a fumaça se esvai, o teu espectro dissipa-se
e sinto resíduos de tua presença
na saudade que te planta novamente em mim

(rosa em mim nascida, eternamente por mim regada).




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