WELCOME!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

SILÊNCIO ABSOLUTO


entranhado
entre os meus pertences
tudo o que se foi

arde no agudo silêncio
o que ficou
entre essas manhãs passadas

o tempo bateu enlouquecidamente na vidraça
estilhaçou a minha língua
em cacos infindos

cada pedaço de tarde
agora queima
(cada semblante pretérito, cada voz)

ainda rasga a face
ínfimos pedaços de vidro
ocultos nas entrelinhas

que falam alto
nesse silêncio absoluto
que agora pulula.

Livro: "O Espelho Quebrado de Alice"

Nenhum comentário:

Postar um comentário